terça-feira, 5 de fevereiro de 2013

ciência ocidental: antes tarde do que nunca...

http://cienciahoje.uol.com.br/revista-ch/2012/290/ciencia-da-massagem



Ciência da massagem
Pesquisadores do Canadá encontraram uma explicação científica em nível celular para a eficácia da massagem no alívio da dor e na recuperação muscular.

Por: Cássio Leite Vieira

Publicado em 26/03/2012 | Atualizado em 26/03/2012


A eficácia da massagem contra a dor tem agora base científica: os benefícios da técnica estão associados a ‘ligar’ e ‘desligar’ genes. (foto: Thomas Wanhoff/ Flickr – CC BY-SA 2.0)
Massagistas agora poderão dizer, com base científica, por que a atividade que exercem funciona no alívio da dor e na recuperação muscular. E isso tem a ver com ‘ligar’ e ‘desligar’ genes, segundo estudo.

Parte dos profissionais de saúde vê a massagem com ceticismo – afinal, qual a base científica para os tais benefícios relatados? Porém, não faltam relatos sobre os benefícios e a eficácia da técnica em sua ação contra a dor.

Agora, veio a público o que parece ser a primeira explicação científica em nível celular para a massagem. E a história das razões do estudo – relatada pelo serviço noticioso ScienceNow (01/02/12) – começa quando Mark Tarnopolsky, da Universidade McMaster (Canadá), passou a se submeter a massagens por indicação médica, depois de acidente esportivo.

Veio a público o que parece ser a primeira explicação científica em nível celular para a massagem
O fato de as sessões trazerem alívio para a dor chamou a atenção do pesquisador. Haveria base celular para o que ele sentia? Tanopolsky, coincidentemente, trabalha com metabolismo celular.

O cientista reuniu colegas e decidiu investigar. Arrebanharam-se 11 jovens, submetidos a exercícios extenuantes. Dez minutos depois da prática esportiva (pedalar), uma das pernas foi submetida a massagem.

Os pesquisadores colheram amostras do quadríceps (músculo da parte anterior da coxa) das duas pernas em três ocasiões: antes do exercício, 10 minutos depois e 3h mais tarde.

Primeiramente, eles constataram o que já se sabia: depois do exercício, as células apresentam mais evidências de inflamação e de sinais de autorreparo dos danos do que antes.

A surpresa veio quando se analisaram as células do tecido massageado: elas tinham 30% a mais de genes reparadores envolvidos no processo de transformar nutrientes em energia, bem como 300% menos de proteínas que ‘ligam’ genes envolvidos na inflamação.

Simplificadamente: os genes reparadores estavam ‘ligados’ e os relacionados à inflamação ‘desligados’.

Quanto à crença de que a massagem difunde, para outras regiões, o ácido lático do músculo dolorido, a equipe não achou evidências – esse, até agora, era o argumento ‘científico’ mais usado para justificar os efeitos da massagem.

O estudo foi publicado on-line na revista Science Translational Medicine.

Cássio Leite Vieira
Ciência Hoje/ RJ

Texto originalmente publicado na CH 290 (março de 2012).

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